quinta-feira, 28 de junho de 2012

Livro de receita da vovó.

A vida é mesmo livro a ser escrito!
E o nosso livro tá só começando!
E tá mesmo parecendo um livro de receitas, aqueles de vó, que cada dia acrescenta uma receita nova, uma foto,um ingrediente, uma sensação. As páginas vão crescendo e amigos se juntando para experimentar as receitas de vida que vão surgindo.
Nosso próximo capítulo é mudança e desafio!

Dia 02/07 estamos indo para Brasília, já com partida para Vitória depois de algumas horas.
Vitória (Espírito Santo), por acaso é nossa próxima parada.Lá vamos trabalhar no Ministério e Base Avalanche Missões Urbanas.Juntar forças,energia, imaginação e amor aos queridos companheiros de caminhada, a qual agora será de bem mais perto.
Estamos muito contentes, primeiramente com nosso amigo de sempre, nosso Jesus, que nos instruiu e nos aconselhou em tudo! Tem sido Fiel e Belo em nos dar grandes Desafios!
Também estamos felizes por nossa Família e por tudo que estamos aprendendo um com outro. Aprendemos a priorizar,conversar, expor nossos medos, aconselhar e amar mais um ao outro e o nós que estamos construindo.
Sabemos que todo tempo de mudança é muito desafiador, mas estamos empolgados e com o coração batendo forte! Deus nos ensinou muito nesse tempo aqui no Norte, e muito mais tem pra ensinar daqui pra frente.
Agradecemos a todos que continuam nos apoiando com suas orações e conversas com o Pai. Aos nossos mantenedores, aos amigos, as nossas famílias,e a todos que acreditam e nos encorajam de variadas formas!

Continuem nos seguindo e vivendo um pouquinho de tudo junto conosco!
Esperança á todos!
Abraços.
Pri e Rodo

quarta-feira, 13 de junho de 2012


Brisa Suave
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir.
                          Milton Nascimento


A canção é simples, mas também significativa. Não muito melosa, nem muito sem sabor. Retrata realidade e poesia, ao mesmo tempo. Chama a atenção para o cotidiano rotineiro meu e seu. Da janela do trem carregava-se a expectativa da chegada à estação, assim como hoje a carregamos de dentro do coração. Os sorrisos se misturam e no mesmo lugar podem aparecer lágrimas, a despedida agora já escondeu expectativas, mas aponta muita coisa para a humanidade que cada um carrega dentro de si. Vem pra fora aquilo que guardamos dentro de nós, num movimento contrário a tudo que “escondemos” na mala, quando nos preparamos para mudar, ir, e partir. Tudo que antes era objeto de decoração e de belezura se enche de introspecção e lembrança. É o movimento natural das coisas, da vida, de nós. Assim como quando erámos crianças e erámos carregados, apreciando a paisagem, vivendo aquilo que era proposto sem frescuras e o não ter todo o controle não era tão ruim assim, tento ver a leveza da separação também e me lembrar na tranquilidade da infância. Esperançosamente escrevo porque sinto: há uma forma de fazer da partida algo mais leve e espontânea. Há como estar só, mas não sentir-se sozinho, e há como ouvir brisas dando direções e ideias sobre o que fazer.

Na Bíblia conta-se a saga quase cinematográfica de Elias. Homem comum, mas que se entendia muito bem com Deus, seu Criador e Incentivador. Após vencer grande batalha, e ter prevalecido contra 450 homens do exército adversário, se vê em crise, procurando aonde teria largado sua identidade e motivo para continuar a caminhada. Ele depois de caminhar por muitos dias chega num monte, e entra num lugar confortante para tal situação, uma caverna. No outro dia, Deus aparece a ele e que pergunta, numa inocência curiosa: “O que você faz aqui, Elias?” Ele conta toda a sua opinião sobre sua vida, o que tem feito, que tem sido tempos difíceis aos profetas e que agora a vontade de ter fim em tudo já parte diretamente do próprio Elias.” Deus o avisa, que o próprio vai passar e é para que Elias saia da caverna, para o ver. Veio então, um verto muito forte, mas Deus não estava no vento. Veio um terremoto, mas Deus não estava nos tremores intensos. Veio então fogo, mas mesmo no calor e na sua beleza o fogo não continha o Deus de Elias.
Então por fim, veio uma brisa suave, quando Elias a ouviu, saiu da caverna e observou que era Deus se expressando de forma inusitada. Deus, lhe pergunta de novo, lhe chamando pelo nome, o que acontecia, e Elias mais uma vez responde sua resposta ensaiada, sobre tudo. O Senhor respondeu á ele: “Volte ao caminho, de onde veio e faça o que eu falar”.

Está aparente simples história contém muita riqueza de sabedoria, contém elementos grandes e pequenos, fortes e suaves. Paradoxos que mechem com a gente. Eu lhes contei, porque primeiro contamos a nós mesmos e ouvimos grandes coisas para nossa vida. Ouvimos, dentre algumas coisas, que como eu coloquei nas primeiras palavras chegou o tempo de partir. Entendemos que chegou o tempo de ir embora, e isto será pelo mesmo motivo que nos fez chegar, encontrar e aproximar. O motivo maior que sempre haverá que é ouvir Aquele que nos chamou pelo nome e para o seu mundo. Observamos a Brisa Suave, fomos tentados a prestar atenção aos ventos fortes que destelhou algumas teias da casa, ao terremoto que conhecíamos antes somente pela televisão, ao fogo que queima, mas produz calor para prosseguir. Conversamos muito, expomos o nosso coração ao Senhor da Brisa, dialogamos entre nós e com os outros e decidimos em partir para outro lugar. Um lugar que necessitamos agora, para nós e nosso chamado, para nossa família e nós individualmente.

O tempo que ficamos... ah, quantas coisas aprendemos, as quais levaremos em nossa bagagem, como cartão postal. Amigos que fizemos, reencontramos e que nos embebedaram de amor e apoio neste tempo ensolarado. Amigos que nos refrescaram com palavras, atitudes e abraços. Conhecemos comunidades que nos incentivaram a não esquecer o verdadeiro caminho, cantamos risadas, e nos embalamos às vezes em choros saudosos. Alguns sentimentos saíram pra enfeitar, outros mudaram sua forma de pensar. Nós crescemos como pessoa, como família e como obreiros. Encerramos nossa pequena estradinha aqui em Palmas-TO, com satisfação em Deus, que nos mostrou sua Brisa Suave nos momentos que mais queriamos nos esconder. Ele nos perguntou quem nós somos nos dando direção pra viver e nos chamou pelo nome, nos dando sentido de identidade.

Agradecemos a todos, os que de longe nos apoiaram e nos sustentaram em amizade nesse tempo, aos de perto que nos acolheram e nos amaram, confiaram suas histórias, alegrias e tempo para formarem laços conosco. Agradecemos as nossas famílias que nos abençoaram e assim sempre fazem, elas nos aconselham e nos envolvem mesmo estando distante. Agradecemos a todo pessoal da Jocum –Palmas que como o sol dá a oportunidade para os girassóis aparecerem e se voltarem cada vez mais ao sol, assim fizeram. Deram-nos chão para crescer, entender as estações, conhecer o Lavrador, e conviver no mesmo jardim do seu amor. Agradecemos a todos os convites de igrejas, comunidades, células, acampamentos, palestras e aconselhamentos que nos foi dado, eles inauguraram em nós uma sede para estar e fazer-se presente ao outro independente de como se é.

Ficaremos em Palmas aproximadamente até o final de Junho, e após esta data estaremos indo para casa de nossas famílias, em Minas Gerais e em São Paulo passar uns dias de descanso e resolvendo algumas questões burocráticas e médicas. Os próximos passos, preferimos contar conforme as decisões forem tomadas e as devidas ações forem sendo feitas, Deus tem nos direcionado a novos rumos e com certeza na hora certa teremos grande prazer em presentear a todos com estas novidades. E sempre terá informações pra quem quiser através de nossos contatos pele internet e por telefone.

Pra terminar, encerro com a frase de Nietzsche que diz: “Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece“. A nossa coragem vem Daquele que conhecemos e que movimenta nosso dia pra frente. Nossa coragem vem do que entende o caminho porque é o próprio Caminho. A nossa coragem vem da fé, que brota no nosso coração de forma graciosa e inesperada. Nossa coragem vem da Beleza que vemos, da Possibilidade que vivemos, da Aventura que provamos, do Abrigo que nos acolhe, do Conselho que nasce como o sol. Nossa coragem não vem de nós mesmos, mas vem da Brisa Suave. Não vem de grandes coisas, acontecimentos mirabolantes, satisfação completa ou planejamento preciso. Nossa coragem vem da Promessa que cremos, da Graça que ressuscitou dos mortos e da Esperança que nunca falha. Se você quer ou necessita de coragem, não procure em homens, se anime nas biografias, mas não espere de homens aquilo que somente o Deus que você deve conhecer te dará. Coragem para prosseguir, chegar e partir. Coragem para ser e para transformar-se sem se perder de você. Coragem para se ver passageiro, mas no fundo saber que se é eterno. Coragem para pertencer e viver preenchido por uma Brisa que enche a casa, chamada: Eu. Coragem só há Nele, nosso Pai e principal Encorajador, o Deus de sempre!

                                                                                                                        Priscila Souza