quarta-feira, 14 de maio de 2014

Questões de identidade!

Deus me chama pelo meu nome, e não respondo porque não sei meu nome”.
Convite à loucura – Brennan Manning

Certa feita, em uma das andanças da vida, eu fui parar em uma cidade de Minas Gerais chamada Divinópolis. Foi um tempo muito precioso de trabalho missionário e de coração compungido em relação ao próximo. Como todo bom missionário de agência, tinha um milhão de ideias a serem feitas com o povo dali da igreja que estávamos. Uma dessas ideias foi realizarmos uma pesquisa pelas ruas com algumas perguntas do tipo: “o que você acha sobre a legalização do uso da maconha no Brasil?”; “o que você acha do casamento e da família nos dias de hoje?”; “você é a favor do aborto ou contra? Porque?”. Mais pro final da pesquisa as perguntas eram voltadas para religião e Deus. A última pergunta era: “se hoje você pudesse encontrar Deus face a face, o que você perguntaria para Ele?”, e eu me lembro muito bem que um dos meninos que eu abordei respondeu: “eu perguntaria para Ele quem eu sou”. Aquilo angustiou muito o meu coração. Eu fiquei ali sentado na calçada com ele por um tempão trocando ideia às 23:00hs com a sensação de que eu estava diante de alguém que não sabia quem era e que tinha sede de identidade. Aquilo marcou minha vida. Pude compartilhar um pouco sobre o que eu cria que poderia ser resposta pra aquela pergunta dele, pois esse era o objetivo da pesquisa, tentar ser uma resposta para as perguntas que essa geração tem feito. Muitos dizem que querem ser resposta, mas não se dispõem a ouvir as questões que são feitas, mas, não é sobre isso que quero escrever.

“Eu perguntaria para Ele quem eu sou”. Que anseio é esse? Que falta é essa? O que poderia corresponder com esse conflito? Se Deus chamasse meu nome hoje, dizendo quem eu sou de fato, será que eu atenderia? Será que eu saberia que Ele está falando comigo? Não sei. Tenho minhas dúvidas.
Há muitas vozes que falam a respeito de minha identidade e de minha essência. E essas vozes têm muito poder de me definir se eu fizer algo com elas: ouvi-las e acreditar em seu conteúdo!
Quantas pessoas que eu amo vêm em minha direção com tantas coisas legais e até coisas não legais pra afirmar algo a meu respeito? Eu acato isso?
Quantas pessoas que não gostam de mim falam tantas coisas a meu respeito também pra me prejudicar e ferir? Eu acato isso?
Quantas coisas eu olhando no espelho digo sobre mim mesmo? Algumas são verdades, outras são mentiras. Eu acato isso?
Quantas coisas a mídia e a sociedade falam que eu tenho que ser pra ser feliz de verdade? Eu acato isso?
Enfim, quantas coisas Deus fala a meu respeito pra gerar vida em mim e me transformar em uma pessoa melhor? Eu acato isso? Aliás, eu escuto essas coisas?

São perguntas boas a serem pensadas, pois o que acredito a meu respeito, isso é o que sou!

Por isso, meu desejo com esse texto é que você pare e pense por um instante se o que tem crido a respeito de si mesmo tem sido saudável e tem gerado uma vida legal pra você. Se não, há tempo ainda pra uma metanóia (mudança de mente) e isso vai te fazer muito bem. Busque ouvir a voz de Jesus e acreditar no que o dono da vida diz a seu respeito, pois essa verdade pode revolucionar a sua maneira de viver, influenciando e abençoando outros ao seu redor!


Eu quero muito saber quem eu sou de fato a cada dia, pra que eu não me perca em uma falsa identidade e nem seja conduzido por qualquer mentira que falem de mim. Quanto mais eu sei quem sou, mais eu sei ouvir as coisas sem que elas me desmoronem! Que eu me encontre nEle e seja sustentado pela Sua verdade. Que consigamos isso! E que quando eu O vir face a face, eu possa agradecer porque Ele sustentou minha identidade com a firmeza e doçura que só Ele é capaz de fazer! E com um sorriso no rosto, um olhe pro outro e diga: “valeu a pena, ê ê!”



Rodo loko!

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O cristianismo que eu tô afim!

De um tempo pra cá tenho me feito algumas perguntas a cerca de questões de minha fé. Tenho meus motivos, minhas influências e meus porquês de ter feito tais perguntas! Não é confortável ter que encarar algumas obviedades e reconhecer que errei muito e que estou errado em pensar algumas coisas. Mas, fico feliz de ter coragem que me deixar ser mexido, e principalmente, de me respeitar nos meus momentos de conflito.
Meu coração e minha mente ficam acelerados em pensar no futuro. O que será de mim? Onde vou parar? No que vou crer daqui pra frente?
Um amigo meu que amo muito em Presidente Prudente, minha cidade natal, certa vez me impactou muito com um texto que diz que Alguém além de minha compreensão viria e abalaria mais uma vez a terra, pra que só permanecesse aquilo que era inabalável. E eu em lágrimas creio nisso! Preciso ser abalado, preciso me deixar passar por esse processo, porque como a fênix ressurge das cinzas, eu sei que depois desse tempo eu serei alguém melhor. O cristianismo em mim será melhor!
Agora, qual cristianismo eu tô afim? Qual cristianismo eu quero que fique pra trás?
Não sei direito e nem me condeno por não saber tanto assim, mas, meu rascunho de pensamento me traz um vislumbre. E gosto do que visualizo.
O cristianismo que quero não fecha Deus em um baú mágico que parece me levar pra Nárnia. Baús não conseguem conter tamanha grandeza. Ele pode Se revelar fora desse baú. Ele pode se revelar onde eu não quero que Ele se revele. Ele pode aparecer pra alguém que nunca viu um baú na vida e ser tão real pra essa pessoa quanto pra mim que vivi encabrestado e fadado a me satisfazer com a forma do baú e não com o pedaço do conteúdo que ele me mostrou!
O cristianismo que quero não há prioridade pro ego, mas há deliberação em saber que há pão fresco pra mim e pro mendigo! Há bálsamo pra mim e pro Judas. Há esperança pra mim e pra quem eu não gosto! O outro pode literalmente vir primeiro. Minhas dores não precisam sumir, porque há algo mais importante a ser provado, e se eu ficar esperando estar 100% pra assumir minha identidade de bom samaritano jamais a hospedaria terá hóspedes.
O cristianismo que quero produz uma sociedade melhor. Não com moralismo, não com a crença de que tem que ser do meu jeito ou com minha fé pra que sejamos mais saudáveis e respeitosos. NÃO! A terceira milha a ser caminhada não é possível pra aqueles que esperam que o companheiro de viagem seja seu semelhante. Podem dois caminharem juntos se não estiver de comum acordo? Podem sim. Se houver respeito.
O cristianismo que quero não vai me obrigar a vender um produto que eu não uso. Não vai me fazer usar um nariz de palhaço só pra que o picadeiro tenha uma falsa alegria. Não vai me dar uma armadura de Saul, porque não cabe em mim. Posso ser eu mesmo. Mefibosete. Maltrapilho do Aba! Fora do paradigma da perfeição. Aceito como sou aceitando outros como são. Não está nisso a não acepção?
O cristianismo que quero é bonito. É colorido. É divertido. É morte. É vida. É nítido. É imperceptível. É pesado. É leve demais. É paradoxal. É relativo. É concreto. É igual. É diferente. É loucura. É sabedoria. É amizade. É humilhante. É terapêutico. É impossível de viver. É fruto. É alcance. É resposta. Eu sei o que é, mas eu não sei o que é!
Dei passos até aqui, meu caminho ficou marcado. Sei que eles serviram de referencial pra muitos. Mas, meus próximos passos eu quero que sejam mais fortes. Quero andar junto e construir junto. E no fim, chegar junto há um lugar que eu possa olhar pra trás e dizer: “puts, como valeu a pena”. Eu sei que esse fim está após esse vislumbre anteriormente citado. E eu tô feliz de saber que estou indo pra lá!
O desabafo em forma de prosa é pra que aquilo que eu amo, amigos, saibam que há alguém cantando ainda pela vida, mesmo mexido interiormente não vou parar de cantar. E minha canção tem sido “Glorifica o Teu nome”. Seja onde Você estiver, “glorifica o Teu nome através de mim”!
Obrigado a todos amigos presentes nesse tempo. Os que me ouvem perto, os que me ouvem longe! Os que oram e os que me levam pra dar rolê! Amo vocês!
Aqui dou uma pausa às minhas palavras, pra que depois venham outras, e outras,  e outras!

Valeu!