“Deus me chama pelo meu nome, e não respondo
porque não sei meu nome”.
Convite à loucura – Brennan Manning
Certa feita, em uma das andanças da vida, eu fui parar em
uma cidade de Minas Gerais chamada Divinópolis. Foi um tempo muito precioso de
trabalho missionário e de coração compungido em relação ao próximo. Como todo
bom missionário de agência, tinha um milhão de ideias a serem feitas com o povo
dali da igreja que estávamos. Uma dessas ideias foi realizarmos uma pesquisa
pelas ruas com algumas perguntas do tipo: “o que você acha sobre a legalização
do uso da maconha no Brasil?”; “o que você acha do casamento e da família nos
dias de hoje?”; “você é a favor do aborto ou contra? Porque?”. Mais pro final
da pesquisa as perguntas eram voltadas para religião e Deus. A última pergunta
era: “se hoje você pudesse encontrar Deus face a face, o que você perguntaria
para Ele?”, e eu me lembro muito bem que um dos meninos que eu abordei
respondeu: “eu perguntaria para Ele quem eu sou”. Aquilo angustiou muito o meu coração.
Eu fiquei ali sentado na calçada com ele por um tempão trocando ideia às 23:00hs
com a sensação de que eu estava diante de alguém que não sabia quem era e que
tinha sede de identidade. Aquilo marcou minha vida. Pude compartilhar um pouco
sobre o que eu cria que poderia ser resposta pra aquela pergunta dele, pois
esse era o objetivo da pesquisa, tentar ser uma resposta para as perguntas que
essa geração tem feito. Muitos dizem que querem ser resposta, mas não se dispõem
a ouvir as questões que são feitas, mas, não é sobre isso que quero escrever.
“Eu perguntaria para Ele quem eu sou”. Que anseio é esse?
Que falta é essa? O que poderia corresponder com esse conflito? Se Deus
chamasse meu nome hoje, dizendo quem eu sou de fato, será que eu atenderia? Será
que eu saberia que Ele está falando comigo? Não sei. Tenho minhas dúvidas.
Há muitas vozes que falam a respeito de minha identidade
e de minha essência. E essas vozes têm muito poder de me definir se eu fizer
algo com elas: ouvi-las e acreditar em seu conteúdo!
Quantas pessoas que eu amo vêm em minha direção com
tantas coisas legais e até coisas não legais pra afirmar algo a meu respeito? Eu
acato isso?
Quantas pessoas que não gostam de mim falam tantas coisas
a meu respeito também pra me prejudicar e ferir? Eu acato isso?
Quantas coisas eu olhando no espelho digo sobre mim
mesmo? Algumas são verdades, outras são mentiras. Eu acato isso?
Quantas coisas a mídia e a sociedade falam que eu tenho
que ser pra ser feliz de verdade? Eu acato isso?
Enfim, quantas coisas Deus fala a meu respeito pra gerar
vida em mim e me transformar em uma pessoa melhor? Eu acato isso? Aliás, eu
escuto essas coisas?
São perguntas boas a serem pensadas, pois o que acredito
a meu respeito, isso é o que sou!
Por isso, meu desejo com esse texto é que você pare e
pense por um instante se o que tem crido a respeito de si mesmo tem sido saudável
e tem gerado uma vida legal pra você. Se não, há tempo ainda pra uma metanóia (mudança
de mente) e isso vai te fazer muito bem. Busque ouvir a voz de Jesus e
acreditar no que o dono da vida diz a seu respeito, pois essa verdade pode
revolucionar a sua maneira de viver, influenciando e abençoando outros ao seu
redor!
Eu quero muito saber quem eu sou de fato a cada dia, pra
que eu não me perca em uma falsa identidade e nem seja conduzido por qualquer
mentira que falem de mim. Quanto mais eu sei quem sou, mais eu sei ouvir as
coisas sem que elas me desmoronem! Que eu me encontre nEle e seja sustentado
pela Sua verdade. Que consigamos isso! E que quando eu O vir face a face, eu
possa agradecer porque Ele sustentou minha identidade com a firmeza e doçura
que só Ele é capaz de fazer! E com um sorriso no rosto, um olhe pro outro e
diga: “valeu a pena, ê ê!”
Rodo loko!