terça-feira, 30 de agosto de 2011

O que significa orar o Pai nosso?


Oração do Pai nosso

Quando Jesus disse para os discípulos como eles orariam, Ele estava vindo de uma explicação sobre como os hipócritas oravam, e estava ensinando como seria então o correto a respeito da oração. Ele não queria que eles repetissem somente as Suas palavras, mas que entendessem os princípios da oração segundo o Seu coração. Por isso, vejamos o que cada parte do Pai nosso nos ensina como princípio.

Pra isso, vamos dividi-lo em três partes:

Primeira parte – reconhecendo com quem estamos falando.

Pai – o primeiro principio que precisamos entender sobre orar é que devemos orar a partir da nossa identidade de filhos. Quando entendo que sou filho de Deus, muita coisa no meu relacionamento com Ele vai mudar; vou entender melhor a vontade dEle enquanto Pai e buscar honrá-lo como filho.

Nosso – aqui aprendo que não sou só eu o beneficiado através da minha oração, mas sim o corpo de Cristo. Vemos durante toda a oração de Jesus que tudo está no plural. Em nenhum momento aparecem as palavras “eu”, “meu”, “a mim”, “minhas”. Se minha oração é só visando o meu bem estar ou coisas voltadas pra mim que não vai abençoar mais ninguém, essa não é uma oração segundo o coração de Deus.

Que estás nos céus – precisamos entender que a pessoa com quem estamos falando é totalmente diferente da humanidade caída. Estamos falando com alguém celestial. Alguém que está muito acima dos nossos padrões de perfeição, pureza, bondade e assim por diante. Ele não é um pai conforme nosso pai terreno, mas sim nosso Pai celestial. Se assimilo essa ideia profundamente, tudo muda na minha oração.

Segunda parte – priorizando os interesses de Deus.

Santificado seja o Teu nome – será que o Senhor precisa ser mais santificado do que já é? Lógico que não. Esse princípio é sobre nós que carregamos o nome do Senhor através do nosso testemunho. Quando as pessoas olham pra nós, elas devem ver um nome santo de um Deus santo. Esse é o motivo de Jesus a ensinar isto na oração. Por isso, que santificado seja o nome do Senhor através das nossas vidas.

Venha o Teu reino – nossa oração deve promover o governo do Reino de Deus. Se é nosso reino que está sendo buscado através dela, também não é uma oração conforme o coração de Deus. Nossa oração deve passar pelo crivo de implantação de reino de Deus.

Faça-se a Tua vontade assim na terra como no céu – existe uma vontade plena e soberana de Deus sendo feita nos céus por toda a eternidade. Jesus vem e nos ensina que nossa oração deve ser pra que aqui na terra também a vontade de Deus seja cumprida com a mesma intensidade que é nos céus. Quando oramos, devemos desejar que antes da nossa vontade, a vontade do Pai seja feita e ter a consciência de que ela é a melhor pra nós em qualquer momento, aspecto ou maneira.

Terceira parte – apresentando nossas necessidades.

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje – aqui há dois princípios a serem compreendidos:
. A oração deve gerar em nós o reconhecimento da necessidade de sermos alimentados por Deus, seja no físico, na mente, nos sentimentos e principalmente no espírito, e isto diariamente.
. A oração vai então produzir em mim confiança de que Deus vai suprir as minhas necessidades daquele dia e vai me fazer estar satisfeito com o que o Senhor me der, seja aos meus olhos pouco ou muito, mas vou ficar contente porque Ele me supriu.

E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores – outro princípio é o do perdão. Em nossa oração precisamos desenvolver a capacidade de nos permitir sermos perdoados e também de perdoar o próximo. Sou tão carente do perdão de Deus assim como o próximo é carente do meu perdão. Sou tão perdoado quanto perdoo. Em minha oração preciso perdoar o próximo antes que ele venha me pedir perdão, preciso deixar que o Espírito Santo de Deus me mostre o que e quem eu preciso perdoar e de fato fazê-lo. Também preciso aplicar o perdão (que já foi conquistado na cruz por Jesus pra mim), em quaisquer área da minha vida que for necessário.

E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal – interessante que Jesus não disse para que não nos deixasse entrar na tentação, mas sim de não cair. O princípio aqui é de que tenhamos sabedoria e força para resistirmos a tentação. Pra isso, precisamos saber muito bem as áreas que mais somos frágeis e ficar atentos diante delas. A oração então me ajuda a ser envolvido no poder divino e me posturar diante das áreas que sou tentado. Uma vez bem posturado, posso dizer não ao que me tenta e sair da situação sem queda. Uma vez conseguindo fazer isso, sou livrado então do mal que poderia ter feito, seja a mim mesmo, ou ao outro. Só Deus pode nos livrar do mal, pois em nossa humanidade caída somos incapazes de cumprir e viver o bem de Deus.

Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre – a oração aqui nos faz reconhecer quem é o Rei, quem é o Todo-poderoso e a quem pertence a glória. Isso nos ajudar também a perceber diante de quem estamos, como já dito anteriormente. Ele é magnífico, majestoso, grande, eterno, digno, sublime, excelso, exaltado, etc. Tenho a necessidade de conhecer o caráter de Deus e saber quem Ele é. Se minha oração não me faz reconhecer quem Ele é e do que Ele é digno, também não é uma oração conforme o coração de Deus.

by Rodo loko!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Aos campos de Trigo.

Aos Campos de Trigo
“Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas me parecem iguais e todos os homens também. E isto me incomoda um pouco. Mas, se tu me cativas, minha vida será como que cheia do sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar dentro da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música. Vês lá longe, os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas, tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo!”                                                                                                  O Pequeno Príncipe.

A raposa do belo livro O Pequeno Príncipe, o qual eu muito me apeguei, faz um relato simples e poético da amizade que nasce e permanece. Fala de pessoas e não de coisas que compramos nas lojas. Fala de convites que aceitamos e fazemos que são mais que formalidades virtuais-sociais. Fala de laços que criamos e que lembramos a cada esquina e a cada campo de trigo. Neste trecho acima a raposa exemplifica ao príncipe a gostosura de ser amigo e não somente estar amigo. O principezinho se assusta no início e recua um pouco, não diferente de muitos de nós. Ele menciona a falta de tempo para cativar amigos. A vida anda muito cheia de afazeres, é preciso ir e fazer. Conhecer, descobrir, alcançar um recorde, superar, ultrapassar, realizar algo. Os homens não tem mais prazer e nem paciência para cativar. A pressa lhes tirou aquilo que mais almejava: o tempo.

Mas, tudo seria muito triste se parássemos por aqui. No meio de tudo isso, há algo que supera, e dá coragem de olhar com outros olhos. A curiosidade que move nossos corações e cotidianos uns para os outros continua sendo surpreendente. A amizade que se cativa e que vira porta retrato na memória. A cumplicidade que traz sol para as nossas vidas e este nasce quando damos e quando recebemos. Por isso, assim como a raposinha, nos alegramos hoje de pensar e mais de sentir o enorme carinho, incentivo e suprimento que cada um de vocês, nossos amigos tem dado á nós. E o que para muitos seria vergonha e talvez fonte de acanhamento de dizer ou escrever, para nós é profunda satisfação e sabedoria que cai como chuva em nossas vidas.

Á vocês nossos amigos de caminhada, mantenedores de sonhos, irmãos de ministério, nosso “muito obrigado” por construir conosco nossas paredes, enfeitar nosso lar a cada dia, emprestar o “guarda-chuva” no dia de tempestade. Obrigado, por que quando, olhamos para o trigo, as viagens de avião ou de qualquer outra coisa, as férias, as contas pagas, o sol escaldante, a saudade, os sonhos, os remédios da caixinha de primeiros socorros, a Coca-Cola de domingo. As orações, os recados, os incentivos, a fé, e ainda em um milhão de coisas lembramos de vocês.

E o choro de despedida não é em vão, não é perda, mas é ganho, porque os grãos de trigo nunca mais serão os mesmos. Agradecemos muito ao Pai, que nos encorajou a nos amarmos, porque Ele mesmo o fez primeiro, e assim fez a nossa vida deixar para trás a monotonia e o individualismo típico da sociedade moderna e surda. Ele faz com que os passos do outro sejam música e nos tirem das nossas tocas, nos mostrando assim que o outro é parte de mim independente do lugar que ele está, ou do que eu possa dar, ou da presença. O importante é a doce expectativa do reencontro, que nos faz amar o barulho do vento no trigo.


Com enormes cantos de gratidão...

Pri e Rodo

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Aprenda a ouvir!

Quem responde antes de ouvir, passa por tolo e se cobre de confusão.”
(Provérbios 18:13) - Versão Católica


Faz certo tempo já que tenho meditado no livro de Provérbios, sei lá, uns três meses mais ou menos, e hoje pela manhã esse foi um dos versículos que meditei. Gostei muito dele e resolvi escrever algo a respeito. Por isso, nas próximas linhas quero falar um pouco a respeito da nossa dificuldade de ouvir.

Vivemos em um mundo de comunicação onde pessoas falam, pessoas gritam, pessoas escrevem, cantam, pintam, desenham, xingam, louvam, falam palavrão, dançam, batem, beijam, agridem, mandam, transam, matam, acariciam, estupram, pregam, etc. usam essas e muitas outras formas para transmitirem alguma mensagem.
Quando conversamos com alguém, transmitimos e recebemos mensagens através da fala e da escuta. Pelo menos era pra ser assim, né? Mas, infelizmente nem sempre é isso que acontece.
Acredito que a necessidade de que minha mensagem seja compreendida, que minha opinião seja aceita me levam a castrar a arte de ouvir, e isso é expresso de várias maneiras também. Posso tapar meus ouvidos, não com as mãos, mas com o não permitir que o outro fale, com o ignorar a mensagem sendo falada, com o coração armado contra o que vier do indivíduo a conversar comigo. Agarramos-nos com tanta força ao que julgamos ser o certo, que às vezes não temos força pra perceber quando estamos errados.
Volto ao versículo que coloquei no começo do texto; não responda antes de ouvir, não só porque é falta de educação (o que de fato o é), mas sim porque talvez você possa não terminar de receber a mensagem que está tentando chegar ao seu entendimento, pode se precipitar e não responder de acordo com o que realmente está sendo falado. Não é interessante um perguntar sobre flores e o outro por não o escutar responder sobre animais. Que há de proveito nisso?
Galera, não sejamos tolos, vamos nos fazer ser entendidos, mas vamos fazer por onde entender o próximo também. Enfim, vamos nos entender. Vamos parar de interromper o outro, pois isso pode fazer com que ele perca a sua linha de raciocínio, se perca e não consiga transmitir a mensagem que está tentando informar. Que possamos aprender mais a ouvir e esperar a hora certa de falar, quando o falar for preciso, pois às vezes o simples ouvir já transmite a mensagem que é necessária.

Creio que muita coisa muda quando eu mudo.

Que o Senhor nos ensine ouvi-lo e ouvir o próximo.

Deus abençoe.

by Rodo loko