Oração do Pai nosso
Quando Jesus disse para os discípulos como eles orariam, Ele estava vindo de uma explicação sobre como os hipócritas oravam, e estava ensinando como seria então o correto a respeito da oração. Ele não queria que eles repetissem somente as Suas palavras, mas que entendessem os princípios da oração segundo o Seu coração. Por isso, vejamos o que cada parte do Pai nosso nos ensina como princípio.
Pra isso, vamos dividi-lo em três partes:
Primeira parte – reconhecendo com quem estamos falando.
Pai – o primeiro principio que precisamos entender sobre orar é que devemos orar a partir da nossa identidade de filhos. Quando entendo que sou filho de Deus, muita coisa no meu relacionamento com Ele vai mudar; vou entender melhor a vontade dEle enquanto Pai e buscar honrá-lo como filho.
Nosso – aqui aprendo que não sou só eu o beneficiado através da minha oração, mas sim o corpo de Cristo. Vemos durante toda a oração de Jesus que tudo está no plural. Em nenhum momento aparecem as palavras “eu”, “meu”, “a mim”, “minhas”. Se minha oração é só visando o meu bem estar ou coisas voltadas pra mim que não vai abençoar mais ninguém, essa não é uma oração segundo o coração de Deus.
Que estás nos céus – precisamos entender que a pessoa com quem estamos falando é totalmente diferente da humanidade caída. Estamos falando com alguém celestial. Alguém que está muito acima dos nossos padrões de perfeição, pureza, bondade e assim por diante. Ele não é um pai conforme nosso pai terreno, mas sim nosso Pai celestial. Se assimilo essa ideia profundamente, tudo muda na minha oração.
Segunda parte – priorizando os interesses de Deus.
Santificado seja o Teu nome – será que o Senhor precisa ser mais santificado do que já é? Lógico que não. Esse princípio é sobre nós que carregamos o nome do Senhor através do nosso testemunho. Quando as pessoas olham pra nós, elas devem ver um nome santo de um Deus santo. Esse é o motivo de Jesus a ensinar isto na oração. Por isso, que santificado seja o nome do Senhor através das nossas vidas.
Venha o Teu reino – nossa oração deve promover o governo do Reino de Deus. Se é nosso reino que está sendo buscado através dela, também não é uma oração conforme o coração de Deus. Nossa oração deve passar pelo crivo de implantação de reino de Deus.
Faça-se a Tua vontade assim na terra como no céu – existe uma vontade plena e soberana de Deus sendo feita nos céus por toda a eternidade. Jesus vem e nos ensina que nossa oração deve ser pra que aqui na terra também a vontade de Deus seja cumprida com a mesma intensidade que é nos céus. Quando oramos, devemos desejar que antes da nossa vontade, a vontade do Pai seja feita e ter a consciência de que ela é a melhor pra nós em qualquer momento, aspecto ou maneira.
Terceira parte – apresentando nossas necessidades.
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje – aqui há dois princípios a serem compreendidos:
. A oração deve gerar em nós o reconhecimento da necessidade de sermos alimentados por Deus, seja no físico, na mente, nos sentimentos e principalmente no espírito, e isto diariamente.
. A oração vai então produzir em mim confiança de que Deus vai suprir as minhas necessidades daquele dia e vai me fazer estar satisfeito com o que o Senhor me der, seja aos meus olhos pouco ou muito, mas vou ficar contente porque Ele me supriu.
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores – outro princípio é o do perdão. Em nossa oração precisamos desenvolver a capacidade de nos permitir sermos perdoados e também de perdoar o próximo. Sou tão carente do perdão de Deus assim como o próximo é carente do meu perdão. Sou tão perdoado quanto perdoo. Em minha oração preciso perdoar o próximo antes que ele venha me pedir perdão, preciso deixar que o Espírito Santo de Deus me mostre o que e quem eu preciso perdoar e de fato fazê-lo. Também preciso aplicar o perdão (que já foi conquistado na cruz por Jesus pra mim), em quaisquer área da minha vida que for necessário.
E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal – interessante que Jesus não disse para que não nos deixasse entrar na tentação, mas sim de não cair. O princípio aqui é de que tenhamos sabedoria e força para resistirmos a tentação. Pra isso, precisamos saber muito bem as áreas que mais somos frágeis e ficar atentos diante delas. A oração então me ajuda a ser envolvido no poder divino e me posturar diante das áreas que sou tentado. Uma vez bem posturado, posso dizer não ao que me tenta e sair da situação sem queda. Uma vez conseguindo fazer isso, sou livrado então do mal que poderia ter feito, seja a mim mesmo, ou ao outro. Só Deus pode nos livrar do mal, pois em nossa humanidade caída somos incapazes de cumprir e viver o bem de Deus.
Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre – a oração aqui nos faz reconhecer quem é o Rei, quem é o Todo-poderoso e a quem pertence a glória. Isso nos ajudar também a perceber diante de quem estamos, como já dito anteriormente. Ele é magnífico, majestoso, grande, eterno, digno, sublime, excelso, exaltado, etc. Tenho a necessidade de conhecer o caráter de Deus e saber quem Ele é. Se minha oração não me faz reconhecer quem Ele é e do que Ele é digno, também não é uma oração conforme o coração de Deus.
by Rodo loko!